De volta às águas escondidas

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Um sussurro líquido. 
Um desaguar na orelha.
Poesia que revela algo tão íntimo quanto as águas de nosso corpo.

“De volta as águas escondidas” convoca a navegar em nós mesmos, por meio das palavras e sensações talhadas por Leticia Damasceno nessa publicação.

Suas Águas Marítimas são enraizadas em algas antigas, do que é familiar, balbuciando coisas que estão ao lado, seja no lado de fora ou de dentro, seja na cabeceira ou nas entranhas. Águas tão ancestrais quanto sua tia, suas avós, sua mãe, a lua. Doidivanas.

O mergulho nas Águas Cristalinas, muda o ritmo das palavras, que escorrem como cachoeiras dando cambalhotas. Algo mais sensorial, sensual, que toca a pele. Uma sensualidade brincadeira. Criança em descoberta, sedenta de tudo. Cigana dançante do riso e da audácia, companheira da noite.

As Águas Turvas pedem ritual de travessia, uma passagem por um tsunami, até secar as águas. A noite se faz solidão. A escrita como sangue escorre. Corpo afetado. No corte aparece o abismo. Ossos e destroços. Desapego. Desilusão.

As Águas Escondidas encontram o território e o tempo, fala de um lugar que habita o cheiro da memória, da experiencia. Matas, montanhas. Casa, quintal, estrelas. O futuro e o passado embaralhado no corpo presente, no trânsito entre duas cidades: o mar da Praia das Flechas e o rio Capibaribe. Tempo como algo escondido em nós. Essa composição afetiva de território, memória e tempo se explica como saudade. E tem gosto de goiabada. 

O sussurro desse livro tem o movimento de Letícia, tão vibrante quanto uma criança e tão experiente quanto uma anciã. Aquela que toca as coisas como nascendo e vivencia cada momento como o último. 

Para ler tanta vida, basta colocar o livro pertinho da orelha, e ao folhear suas páginas deixar o sussurro das águas de Letícia te invadir.
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