Sopro na brasa
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… Era simples, de manhã, acender o fogo do velho fogão à lenha. Não precisava mais do que encontrar uma brasa - por pequena que fosse - no meio da borralha quente que ficava do dia anterior, colocar sobre ela alguns gravetos e soprar, até que dali surgisse alguma centelha e, dela, uma chama. Depois disso, era só aproximar a lenha seca, e deixar que as labaredas se fizessem conduzir por sob a chapa de ferro, ocupando todo o espaço interno, da boca até a entrada da chaminé. Isso feito, bastava, agora, cuidar da manutenção, acrescentando mais lenha na medida da necessidade, e estava garantido o fogo para cozinhar os alimentos, por mais um dia, para toda a gente daquela casa.
Sopro na Brasa é isso… Não deixar que a borralha se apague por completo, e se transforme em um monte de cinzas inúteis. Há que se soprá-la, a cada dia, para recuperar, em chamas, o fogo latente que ali se oculta.
A poesia é, por assim dizer, como um “sopro na brasa”, que tem o poder de fazer ressurgir, da borralha que dormita em nós, as centelhas de que necessita o corpo para manter acesa a alma.